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Fique atento!

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quarta-feira, 12 de março de 2014

Transtorno Obsessivo Compulsivo - TOC

O TOC é considerado uma doença mental importante por vários motivos: é um transtorno bastante comum, que  começa geralmente muito cedo - muitas vezes ainda na infância e em geral na adolescência.  Se não for tratado é raro o desaparecimento espontâneo dos sintomas que tendem se manter por toda a vida com flutuações na intensidade, com períodos em que praticamente desaparecem, seguidos de outros em que retornam com grande intensidade.

Os sintomas não raro são muito graves e incapacitantes, causa sofrimento e interferência significativa nas relações sociais e familiares e no desempenho ocupacional. Pesquisas apontam que pessoas com TOC tendem a ser divorciadas, desempregadas, de baixo nível sócio econômico e ainda costumam utilizar mais os serviços de saúde do que a população geral.

Considerado raro até a pouco tempo, sabe-se hoje que o TOC é um transtorno mental bastante comum, acometendo entre 1,6 a 2,3% das pessoas ao longo da vida, ou 1.2% no período de 12 meses. Um estudo realizado em nosso meio verificou uma prevalência de 3,3% de TOC e 18,3% de sintomas obsessivo-compulsivos em alunos do ensino médio em Porto Alegre. No entanto, apesar desses altos índices, apenas um reduzido número de adolescentes já havia sido diagnosticado com TOC anteriormente à pesquisa (9,3%) e um percentual ainda menor recebia tratamento para a doença (6,7%). Calcula-se que aproximadamente um em cada 40 a 60 indivíduos na população apresenta o TOC e é provável que no Brasil existam entre 3 e 4 milhões de pessoas acometidas pela doença.

Segundo a Organização Mundial da Saúde, o TOC é o quarto transtorno psiquiátrico mais comum, precedido apenas pela depressão, fobia social e abuso de substâncias. Foi considerado a quinta causa de incapacitação em mulheres dos 15 aos 44 anos nos países em desenvolvimento,sendo responsável por 2.2% da incapacitação por doenças em geral.

Os sintomas não raro são muito graves e em aproximadamente 10% dos casos, os pacientes se tornam incapacitados para o trabalho, tornando-se inteiramente dependentes da família tanto no sentido financeiro como para a tomada das decisões mais banais. Um bom número de indivíduos afetados gasta uma parte significativa do tempo de suas vidas na execução de rituais inúteis ou envolvidos em dúvidas e medos obsessivos. Em alguns casos o tempo consumido chega a um terço dos anos de vida ou até mais. O TOC está associado a um alto índice de demissões no trabalho em razão da interferência dos sintomas na produtividade.

Está associado também a uma taxa maior de insucesso em levar adiante uma carreira, comprometendo portanto, de forma inequívoca, a vida do indivíduo e de sua família. Os indivíduos com TOC apresentam sérias dificuldades para conviver com as outras pessoas, para namorar e constituir sua própria família, tendo como consequências o isolamento social e a depressão.

Apesar das marcadas interferências na capacidade de viver o TOC ainda costuma ser sub-diagnosticado e muitos pacientes não buscam tratamento ou demoram muito tempo para fazê-lo. Estudo multicêntrico realizado no Brasil apontou que o tempo médio entre o início dos sintomas e a busca por tratamento em amostra de adultos pode chegar até 18,1 anos. Isto pode acontecer pelo fato de que o transtorno nem sempre é reconhecido como tal pelos indivíduos afetados ou por seus familiares, por ser ainda pouco investigado pelos profissionais da saúde quando fazem a avaliação dos seus pacientes e pelo receio que muitos indivíduos afetados apresentam de expor seus sintomas por vergonha e medo de serem ridicularizados e de sofrerem possíveis humilhações.

Os sintomas do TOC interferem de forma acentuada na vida da família que se sente obrigada a alterar rotinas, e seu funcionamento, a acomodar-se aos sintomas, muitas vezes participando dos rituais. É comum a restrição ao uso sofás, camas, roupas, toalhas, louças e talheres, bem como ao acesso a determinados locais da casa.
 

Outros problemas típicos são a demora no banho, as lavagens excessivas das mãos, das roupas e do piso da casa. Em razão dessas exigências e imposições geral, são comuns as discussões e atritos, no sentido de não interromper os rituais ou de participar deles, dificuldades para sair de casa, atrasos, que comprometem em especial o lazer e a vida social da família. O TOC acaba, portanto, tendo repercussões sobre toda a família. Não raramente, os conflitos e dificuldades de relacionamento provocam a separação ou o divórcio de casais ou a demissão de empregos.

Por todos esses motivos o deve ser considerado um transtorno mental grave comparável em gravidade e em anos de incapacitação a transtornos psiquiátricos como a esquizofrenia e o transtorno bipolar, e como um importante problema de saúde.

Fonte: http://www.ufrgs.br/toc

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